segunda-feira, fevereiro 21, 2005

As mulheres e a política

Por convicção e não por conveniência, sempre achei que as mulheres podiam e deviam ascender a qualquer lugar e em qualquer profissão, sem restrições ou descriminações.
Sempre achei que o mérito deve ser o fiel das escolhas e, por isso mesmo, sempre fui contra as quotas e a imposição de lugares por razões de sexo, convicções políticas ou religiosas.
Concordo que existem profissões que não despertam interesse ao sexo feminino, por razões que não me interessa e talvez não saiba analisar. Essa deveria ser – e creio que será – a razão porque em determinadas profissões predominam os homens.
A política tem sido uma dessas carreiras que parecem não despertar no sexo feminino muito interesse. É ver a dificuldade que os partidos têm em arranjar mulheres para os representar e não me parece que seja com quotas que as vão fazer mudar de ideias. Contudo há, como em tudo na vida, excepções para confirmar a regra.
Conheci ao longo da vida, já não tão curta como desejaria, algumas mulheres notáveis nas mais diversas profissões. Até na política!
Na política como na vida, existem qualidades que superam a ideologia, a religião e o sexo.
O dinamismo, a frontalidade, a capacidade de ir ao encontro dos problemas – principalmente quando incómodos – a humildade de ouvir opiniões divergentes e os mais fracos fazendo-os sentir que são ouvidos, são qualidades que raramente se encontram nos nossos políticos, pouco atreitos a descerem do seu pedestal.
Felizmente um dia encontrei uma assim, o que é manifestamente pouco, mas num universo tão pequeno de mulheres políticas já é bastante…

Carlos F. Afonso


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