quarta-feira, abril 28, 2004

Ser ou não ser? É ou não é?

Vital Moreira escreveu aqui que:
«As disposições dos tratados que regem a União Europeia e as normas emanadas das suas instituições, no exercício das respectivas competências, são aplicáveis na ordem interna, nos termos definidos pelo direito da União, com respeito pelos princípios fundamentais do Estado de direito democrático».

Esta é uma das normas introduzidas na CRP pela revisão constitucional “blitz” que acaba de ser debatida e aprovada na AR. Trata-se porventura da mais importante alteração da Constituição desde a sua aprovação em 1976. A partir de agora a CRP deixa de ser a Lei suprema do País no sentido tradicional do termo, visto que o direito comunitário, a começar pela futura Constituição Europeia, passa a prevalecer sobre ela.


Hoje li as seguintes palavras atribuídas a Jorge Miranda:
"No projecto de revisão do PSD e do CDS-PP estava prevista a prevalência do direito comunitário sobre o direito português, incluindo a Constituição. Felizmente isso nºai ficou e as alterações feitas permitem que Portugal possa assinar a Constituição Europeia, mas mantém a liberdade de não a aceitarmos"

Afinal, a norma aprovada na revisão constituicional consagra ou não consagra a prevalência do direito comunitário também sobre a nossa Constituição?
Ela estará prevista no projecto para aprovação da Constituição Europeia, mas....e na nossa Constituição?
A lei é ingrata porque permite estas múltiplas interpretações e posições. E depois a culpa é dos Juízes que a aplicam e dos Advogados que as defendem, ou então, entre outros exemplos, de Secretários de Estado que as invocam...
Quando é que vamos todos aprender a ler da mesma maneira?

| Arquivo de Comentários Antigos

Beber nem sempre faz mal

Um dia alguém me ensinou que o vinho tinto era a bebida por excelência. Não me enganou.
E parece que é mais eficaz e recomendável para evitar cancro nos ovários.
Será?

| Arquivo de Comentários Antigos

terça-feira, abril 27, 2004

A isto eu chamo...

Má educação.
Pela minha maneira de ser, e exceptuadas as vezes em que não vi a pessoa em questão (o que não é dificil, dado os voos aéreos a que o meu pensamento insistentemente se dedica), apenas não cumprimento aqueles que também não me cumprimentam.
Quer na rua, quer em convivios, quer no trabalho. E isto independetemente do que cada um defende ou fez, e dos telhados de vidro que tem ou pode ter.
Se o partido já tinha manifestado a sua opinião quanto à condecoração - e é livre de ter a opinião que quiser ter - já me parece mal que se fuja ao mais elementar acto de educação!

Um atraso de vida!
O Túnel é um atraso dos políticos que para cumprirem promessas eleitorais atropelam, no dizer da Justiça, as leis que deviam cumprir.
O Túnel foi atraso do Tribunal que demorou quatro meses a decidir uma providência cautelar.
Mas pior que tudo, o Túnel é e será o meu atraso. Já me tenho visto grega até hoje, mas está visto que vou ter de passar a vir mais cedo para o Marquês, e sabe-se lá por quanto tempo.

Congestão
Não me vou por a procurar o link para o Jornal "24 horas" ou coisa do género. Mas a edição de Domingo dizia na capa que Valentim Loureiro e família tinham comido "sopa de legumes e guizado de cabrito".
Deve ter sido o bedum do bichinho que deixou o senhor indisposto, não permitindo que se desloque à Câmara para apresentar a decisão que já devia ter tomado.
| Arquivo de Comentários Antigos

segunda-feira, abril 26, 2004

Afónica e Surda!

Regressei afónica o que me impede de vos falar.
Este é o motivo pelo qual hoje, por enquanto, não postei, embora se mantenha o de sempre, mas que hoje não vou invocar para ser inédita.
Talvez mais logo vá tentar resolver o problema de surdez que os comentários me impõem e que não permitem ler-vos (só quando ponho o altifalante, ou seja, quando clico no "Edit Comments", o que também podem fazer para se ouvirem, se quiserem).
Até já ou até amanhã.

| Arquivo de Comentários Antigos

sexta-feira, abril 23, 2004

Grito da Liberdade

Há muitos, muitos anos,
Quando um dia, a luz se apagou,
Muitos quiseram trazer de volta,
Aquilo que a noite levou

Homens e mulheres de sonhos feitos,
Armados pelo espírito Liberdade,
Por entre as grades soltavam,
Um olhar de esperança. E de saudade

Calavam-se as bocas sábias,
Algemavam-se as mãos calejadas.
Não sabiam os senhores que mandavam,
Que quanto mais bocas selavam,
Cada vez mais outras se abriam,
Cada vez mais bocas falavam

Não sabiam os senhores que mandavam,
Que as mãos que prendiam,
Eram almas que se soltavam

E um dia fez-se sol,
Lá no alto, bem lá no cimo,
Ergueu-se uma flor. Um Cravo,
Para fazer esquecer tudo.
Anos e anos de amargo travo

Muito tempo depois,
Se calhar tempo demais,
Os espíritos, que tão livres eram,
Vestiram fato e gravata,
Mas nada de novo trouxeram

Hoje, prendem eles quem pensa,
Acusam de louco quem sonha,
Riem-se de um ideal, de uma crença,
Lançam um olhar sobranceiro,
Sobre quem mais precisa,
Sobre quem devia estar primeiro

E hoje já não sentem,
Agora fazem contas.
E mentem,
Trazem as verdades já prontas

E voltou a escuridão,
Mascarada pela luz artificial,
Que foi trazida pela mão,
De quem se dizia liberal

Não sabem os senhores que agora mandam,
Que não se fecha um pensamento,
Que não se cala uma mão,
Que quando no ar, se ouve um lamento,
Esse som é, na verdade,
O grito da Liberdade,
Trazido pelo vento


(Ricardo Santos)

Vou e já não devo voltar a tempo de postar no 25...

| Arquivo de Comentários Antigos

quinta-feira, abril 22, 2004

E assim se concessiona neste pais...

Antes mesmo de verificar o que tinha saído hoje, eis que o Vitor Lazlo me chamou a atenção, por e-mail, para esta bestialidade. Que rico trabalhinho o destes Ministérios...

Portaria n.º 415/2004. DR 95 SÉRIE I-B de 2004-04-22
Ministérios da Agricultura, Desenvolvimento Rural e Pescas e das Cidades, Ordenamento do Território e Ambiente
Concessiona, pelo período de 12 anos, ao Clube de Caçadores das Solteiras a zona de caça associativa do Moinho do Ferreiro (processo n.º 3528-DGF), englobando vários prédios rústicos sitos na freguesia de Martim Longo, município de Alcoutim
| Arquivo de Comentários Antigos

30 anos

Não é só a Revolução (ou Evolução, como parece que se escreve agora esta palavra nesta Epública) que faz 30 anos em Abril.
Para ti, minha Amiga, com especial carinho um grande beijinho por hoje.
E que a nossa amizade não fique "canuquinha" .

| Arquivo de Comentários Antigos

segunda-feira, abril 19, 2004

O Senhor Santo Cristo dos Milagres

Depois do Nuno ter “postado” sobre os preparativos para a Festa do Senhor Santo Cristo dos Milagres no seu Ponta Delgada, resolvi trazer-vos aqui um pouco das minhas recordações dessa festa e desse culto.
Para quem não conhece é uma festa que, tendo o pretexto religioso, como tantas outras festas do género não prescinde – e na minha opinião até exagera - do seu lado pagão e social (e em ano de eleições regionais, como refere o Nuno, pelos vistos também se espera a exploração do lado propagandista, o que é assaz vergonhoso).
Vivi estas festas na minha infância, tanto do ponto de vista religioso - assistindo e/ou participando na procissão e orando perante a imagem do Senhor Santo Cristo no final da tarde ou na noite de Sábado, na Igreja onde ela pernoita – como do ponto de vista social e pagão – porque nesses dias, as restrições parentais de saídas desvaneciam-se, sendo-me permitido ficar nas “tasquinhas” e a passear por Ponta Delgada até horas mais tardias.
Ponta Delgada, ou melhor, Campo de São Francisco e Avenida Marginal que se enfeitavam de luz e gente.
Contam-me que, muito antes de eu ter ido viver para Ponta Delgada, assistindo pela primeira vez à procissão - e provavelmente a primeira vez que assistia a algo de semelhante – avistei uma pessoa conhecida que seguia no cortejo. Desatando eu a chamar a dita pessoa – um senhor que ainda por cima tinha patente militar - envergonhei o pobre do senhor e toda a minha família e respectivos amigos que se encontravam nas varandas a assistir. Envergonhei-os mas devo tê-los divertido também. Mas que querem? Põe crianças a assistir a coisas destas, e ainda por cima continentais que não estão habituados a encontrarem por acaso, e sem combinações prévias, caras conhecidas, depois não se admirem!
Revivi estas festas, mais no seu pendor religioso do que no pagão, passados treze anos, há três anos atrás.
Não que seja supersticiosa mas não aguardarei mais 13 anos.

A Imagem

(Eduardo Costa)

Durante toda a minha vida ouvi contar a história da imagem do Senhor Santo Cristo pela minha tia Ita. Com a sua habitual simpatia recebia os visitantes no Convento da Caloura a quem relatava, com muita paciência e graça, a história do Convento que vinha sendo investigada pelo seu marido, o meu tio António.
Essa história do Convento de "Vale da Cabaços" nascia com as filhas de um senhor de Vila Franca do Campo (Jorge Mota) que foram a Roma pedir ao Papa a Bula Apostólica para a edificação do Convento, e que regressaram de Roma com a Bula e com a imagem.
Passados uns anos e porque - como retive das palavras da minha tia - o local era fortemente sujeito a ataques dos corsários, as freiras de "Vale de Cabaços" mudaram-se, umas para Vila Franca do Campo e outras para Ponta Delgada (para o Convento da Esperança). Estas últimas levaram consigo a imagem do Senhor Santo Cristo.
A história do Convento da Caloura continuava. Se apenas eu, e quem a ouviu, pode lembrar com ternura a tia Ita contando esta e outras memórias, felizmente que ela ficou registada e guardada para todos nós fruto do trabalho memorável do meu tio António no seu livro "Convento da Caloura".

"No formoso vale da Caloura e na proximidade do seu porto, entre as rochas vulcânicas batidas pelo Atlântico, ergue-se a Ermida e Convento anexo, cuja construção se julga ter sido iniciada nos primórdios do século XVII. Este vale foi outrora designado por Vale de Cabaços, em virtude de se encontrar profusamente coberto por grandes flores brancas, de uma erva denominada legacão, pertencente à família das liliáceas, e que lembram flores de cabaças. Actualmente é conhecido por Caloura, pelo facto dos religiosos que a partir de 1632, habitaram o respectivo Convento, se chamarem calouros. (...)

Naquela época, 1522, havia em Vila Franca do Campo um nobre varão de nome Jorge da Mota, cavaleiro do hábito de Aviz, que escapou ao cataclismo que arrasou aquela vila, refugiando-se numa quinta que possuía e onde existia, além das casas e pomar, uma ermida da invocação de 5. João Baptista.
De sua primeira mulher tinha, Jorge da Mota, uma filha, muito devota, de nome Petronilha, tendo seu pai recolhido em sua casa, para companhia daquela filha, urna mulher de nome Isabel Afonso, natural de Braga ou Ponte de Lima que, como Petronilha, tinha desejo de seguir vida religiosa e que, tendo fugido de casa por seu pai a querer casar, para esta ilha veio na companhia de um virtuoso homem, que se chamava Rodrigo Afonso e de uma sobrinha deste.
Em determinada noite, disse Petronilha a seu pai que ia fazer uma devoção na sua ermida de S. João Baptista, desejando ser acompanhada por Isabel Afonso que, como já foi dito anteriormente, também pretendia fazer vida religiosa, e por suas quatro meias-irmãs, tendo a mais velha apenas nove anos de idade. Todavia, sendo seu intento dirigir-se, nessa mesma noite, com as referidas companheiras, para a ermida de Santa Clara, situada na então vila de Ponta Delgada, assim o fez. Porém, a certa altura do caminho, avistando, do Pisão, a pequena capela de Nossa Senhora da Conceição, de Vale de Cabaços, para ela se dirigiram e, sentindo desejo de lá ficarem, assim o fizeram.
Jorge da Mota, sem encontrar suas filhas em parte alguma, julgou terem ido para Lisboa, em navio que, naquela noite, saiu do porto de Vila Franca com destino àquela cidade. No meio de tanta incerteza, chegou ao seu conhecimento estarem suas filhas na ermida de Vale de Cabaços. Dirigindo-se, de imediato, para este vale, na companhia de alguns homens, tomou as quatro meninas, suas filhas, e as mandou para casa. Contudo, no que respeitou a Maria de Jesus (Petronilha) e a Maria dos Anjos (Isabel Afonso), nem com carinhosas palavras, nem com ameaças, as conseguiu demover dos seus propósitos.
Dali a alguns dias voltou Jorge da Mota, desta vez acompanhado por seus filhos e pessoas respeitáveis de Vila Franca, entre elas alguns padres de 5. Francisco, o ouvidor eclesiástico, o Capitão do Donatário, Rui Gonçalves da Câmara, e mais pessoas nobres de outros locais da ilha. Como da primeira vez aconteceu, também desta foram infrutíferos todos os esforços para desistirem de suas resoluções, pelo que voltaram todos para suas casas, tendo ficado na ermida, onde permaneceram seis meses, Maria de Jesus e Maria dos Anjos. Como existia apenas, além da ermida, uma exígua sacristia, a Câmara e o povo da vila de Água de Pau construíram, a expensas próprias, uma pequena casa, não maior do que a sacristia, onde aquelas duas religiosas resolveram entrar numa véspera de Páscoa. (...)

A estas, outras religiosas se foram juntar, até que, passado pouco tempo, impelido por sua devoção, o quinto Capitão do Donatário da ilha, Rui Gonçalves da Câmara, segundo deste nome, encarregou-se daquela casa de religiosas, tendo sido seu padroeiro e obtido Bula de Roma para que fosse considerado mosteiro, com os respectivos privilégios. Mudou-se, então, com a família, para junto da ermida de Vale de Cabaços, mandando executar necessárias obras no edifício, às quais prestava assistência pessoal. Perto de dez anos ali estiveram juntas todas as religiosas, e foi o referido Capitão e sua mulher D. Filipa, quem, à sua custa, as sustentaram e mantiveram, sem qualquer ajuda de pais ou de outros parentes.
Assim viveu esta comunidade durante alguns anos. Mas por se situar o Mosteiro em lugar ermo, relativamente longe do povoado de Água de Pau e junto do mar que, naquela época, era infestado pela presença de corsários, principalmente franceses, o que representava grande perigo, dali saíram, no ano de 1533, para o Convento de Santo André, de Vila Franca do Campo, as seguintes religiosas (...).

Não só pelas razões determinantes e, anteriormente, apontadas para a saída, em 1533, de algumas religiosas para o Convento de Santo André, de Vila Franca do Campo, mas ainda pelo facto do sexto Capitão do Donatário, Manuel da Câmara, ter faltado com os subsídios que seu pai entregava àquelas que permaneceram em Vale de Cabaços e ter-lhes mandado dizer que se fossem casar, estas religiosas abandonaram aquele vale, num domingo de Pascoela, 23 de Abril de 1540, indo, em Ponta Delgada. (...)

As religiosas que, saindo de Vale de Cabaços, foram para o Convento da Esperança, em Ponta Delgada, fizeram-se acompanhar da imagem do Senhor Santo Cristo, que se venera naquele Mosteiro, e que e o fulcro das maiores festas religiosas que se celebram nos Açores.
Consta ter sido aquela imagem oferecida por Sua Santidade o Papa Paulo III a duas freiras que, de Vale de Cabaços, foram a Roma impetrar Bula Apostólica para a edificação do Convento. Todavia, se atendermos a que as primeiras religiosas foram para aquele vale em 1523; que o Capitão Rui Gonçalves da Câmara obteve, por Bula Pontifícia, licença não só para a erecção do Convento, mas também para ele e sua mulher, D. Filipa Coutinho, serem padroeiros do mesmo e que viveu, com a família, durante dez anos, junto da Recolecta, onde mandou fazer obras; que as freiras que foram para o Convento de Santo André saíram de Vale de Cabaços em 1533 e não é de crer que estivessem dez anos, neste vale, sem a necessária licença; que estas freiras alcançaram do Núncio de Portugal, legado à latere do Papa Clemente VII, em 16 de Julho de 1533, o breve que determinava ser o Mosteiro de Santo André fundado para quarenta freiras, em cujo número entravam as dezoito religiosas idas de Vale de Cabaços; que é provável ter o Capitão do Donatário, Rui Gonçalves da Câmara, encarregado as duas freiras de irem a Roma impetrar a Bula necessária e, por último, tendo o Papa Paulo III pontificado de 1534 (foi eleito a 13 de Outubro de 1534) a 1549, é muito provável, senão certo, ter sido o Papa Clemente VII (eleito a 18 de Novembro de 1523 e tendo falecido a 25 de Setembro de 1534) e não Paulo III quem ofereceu, às duas freiras, a imagem do Senhor Santo Cristo.
"

O Culto
O culto, esse ficou a dever-se à devoção de Madre Teresa da Anunciada, a quem foi erigida uma estátua, na minha opinião desproporcionada e feia, no Campo de São Francisco, junto ao banco onde se suicidou Antero de Quental.
Depois de ouvir do meu pai alguns episódios da vida desta Madre tomei contacto com "A vida da Venerável Madre Teresa da Anunciada" do Padre José Clemente, muito citado pelo meu tio António.
Com todo o respeito pelos mais devotos e crentes - que também o sou - sem dúvida que me parece que apenas a capacidade de persuasão de Madre Teresa da Anunciada e a credulidade do povo incauto permitiram a compilação de um tesouro magnífico e a criação de um mito.
Quero acreditar, porém, que com ou sem Madre Teresa os crentes teriam, como têm, fé no Senhor Santo Cristo.

| Arquivo de Comentários Antigos

Parabéns Mãe

Hoje não tens os teus rebentos contigo, mas estás em nosso pensamento.
Foste sempre muito mais do que uma Mãe pode ser.
Para mim foste, e és, educadora, professora, médica, companheira, conselheira, confidente e amiga.
Seguraste-me quando eu precisava da mão e soubeste ensinar-me o caminho para, quando me tivesses de largar, eu saber andar sem cair.
Como Mulher, enalteço-te o teus exemplos de força e perserverança e o amor que tens aos teus, que tantas vezes não soubémos recompensar.
Mas acima de tudo, porque fizeste da tua vida a nossa vida, pois é a nós que te dedicas, e para nós, e por nós, que vives, devemos-te tudo.
Obrigada Mãe e muitos Parabéns.

Encontro
"Vês aquela núvem, além?
É tão linda!...

Como? É escura?
Não é, não...
és tu que a vês assim!

Dá-me a tua mão
e subamos àquele monte
onde se ergue uma ermida,
recortando no Céu
o encanto duma Cruz!

Não queres
que te acompanhe?

Vai sózinha então...
Mas vai!

Verás o engano
da ideia que viveste
pois é de linho branco
a tua nuvem negra!

Junto à Cruz
no cimo da colina
eu estarei contigo!"

(Artur Lobato, "...em Ogiva")


| Arquivo de Comentários Antigos

domingo, abril 18, 2004

Um explorador açoreano no séc XVII – BENTO DE GÓIS

Nasceu este notável micaelense em 1562 em Vila Franca do Campo. Foi para a Índia como soldado e ali entrou para a Companhia de Jesus em 1588. Acompanhou os missionários Júlio Xavier (primo do notável Francisco Xavier) e o nosso conterrâneo Manuel Pinheiro a Lahore, numa embaixada ao tolerante e culto Imperador Akbar. Foi por sua influência que se evitou não só a invasão das nossas possessões como ainda conseguiu o resgate e trouxe para Goa os prisioneiros portugueses em Lahore. Imaginando que para Norte havia um reino cristão o que permitiria o estabelecimento de relações políticas e comerciais, o que sendo falso tinha por base o conhecimento da existência no séc.VII de uma pequena comunidade cristã no nordeste da China.
Foi escolhido o nosso ilustre conterrâneo para a espinhosa e difícil missão – devido aos primitivos conhecimentos geográficos da época - pelas suas qualidades já demonstradas junto de Akbar, tendo este inclusive subsidiado este seu amigo.
Partiram de Agra em 2 de Outubro de 1602 em direcção a Lahore e Kaboul, Bento de Góis, dois gregos e um arménio Isaac que foi o seu companheiro até ao fim da sua malograda viagem disfarçados de comerciantes muçulmanos e incorporados numa numerosa caravana de comerciantes. Bento de Góis tomou o nome de Abdulah Isai (isai em arménio quer dizer cristão).
Após inúmeras peripécias chegou finalmente Bento de Góis, ao fim de 4 tormentosos anos, à fronteira da China (Cathay) a Chou-Tcheou em 1606, tendo aí falecido em 11 de Abril de 1607, havendo suspeita de envenenamento talvez pelos companheiros árabes que se encarregaram de destruir, ainda que parcialmente, o seu famoso diário, talvez para esconder as dívidas para com ele contraídas.
O que restou deste precioso diário foi trazido de Pequim para Macau e Malaca pelo fiel companheiro arménio Isaac, depois de reunido e reconstituído por Mateus Ricci, missionário na China desde 1583, baseado nas informações do arménio Isaac e em algumas cartas que Bento de Góis lhe enviara para Pequim.
Vila Franca homenageou-o dando o seu nome ao principal largo da vila.


(In, Arquivo dos Açores)
Mais uma relíquia do meu pai...

| Arquivo de Comentários Antigos

quinta-feira, abril 15, 2004

Cravos

Para vos ajudar na ponderação dos gastos para os festejos, tomem lá.
| Arquivo de Comentários Antigos

quarta-feira, abril 14, 2004

Companhias agradáveis

Sem desprimor para as minhas habituais companhias, o almoço hoje foi particularmente agradável. A elas, companhias, tão próximas e antigas, se deve. Obrigado Cássios e Aziz.
Parece que recuei no tempo mas agora ele passa e tenho de o acompanhar...

PS (anárquico) 1 - Menino El, foram secretos outra vez mas, o que eu sei de secretos é, como sabe, segredo.

| Arquivo de Comentários Antigos

Mais falta de meios...

Depois do investimento na respectiva formação - e do tempo de vida dos próprios dedicados a ela - a posse de 78 juízes foi cancelada, por falta de verbas.
Constou-me é que eles irão exercer as funções - provavelmente não oficialmente - a receber o ordenado de auditores.
Mais uma vergonha...
| Arquivo de Comentários Antigos

terça-feira, abril 13, 2004

Anestesiados para a vida

Talvez ainda seja cedo para tirarmos conclusões sobre as notícias vindas a lume, desde o início deste mês, sobre as mortes em Hospitais durante intervenções cirúrgicas simples e sob efeito de anestesia com propofol.
Talvez nunca se venha a saber a verdadeira causa das mortes, ficando a constar de diversos despachos, de diversas entidades - Mistério da Saúde, Ordem dos Médicos, Ministério Público ou Magistrado Judicial - tantas causas diferentes quanto as que convenham...
Por enquanto, limito-me a lamentar a morte dos visados e a não me surpreender com o que vejo.
O Ministério da Saúde e o Instituto que dele depende e que, entre outras coisas, aprova as autorizações de introdução de medicamentos no mercado - INFARMED - defendem a sua menina com unhas e dentes: o fármaco. Como é óbvio!
A Ordem dos Médicos, a par dos processos disciplinares aos profissionais envolvidos, promove um inquérito junto dos seus meninos exactamente para saber quais as reacções adversas do fármaco. Novamente, óbvio!
Mais uma vez, como em tantas (ou talvez todas as) outras, nós cidadãos comuns somos bombardeados com notícias contraditórias, com inquéritos e averiguações que inevitavelmente conduzirão a conclusões diversas e ficaremos....anestesiados para a vida!
| Arquivo de Comentários Antigos

Nem tudo é bom

É uma tristeza e vergonha começarmos o dia olhando para uma página do jornal e ver, logo na primeira página, notícias como esta: Açores é escala para a cocaína que se destina ao Norte da Europa.
Parece que em Dezembro de 2003 os senhores polícias confirmaram a percepção que tinham sobre o uso da região como escala, mas não terá sido um pouco tarde para confirmarem?
A queixa, ou justificação da manutenção da situação, essa é recorrente: falta de meios.
A questão é o que os há. São é mal canalizados...
| Arquivo de Comentários Antigos

domingo, abril 11, 2004

Não volte

O Prof. Marcelo Rebelo de Sousa acha que Isaltino Morais não devia anunciar o regresso à política enquanto não se esclarecerem os factos que o afastaram dela.
Eu acho que depois disto o senhor não devia regressar.
| Arquivo de Comentários Antigos

Cheguei

daqui


onde o sossego, o descanso e as comezainas imperaram



e onde os companheiros mais agitados foram estes



Uma das vantagens de viver no Continente é poder partir, à última hora, para um fim de semana como este, e com apenas uma hora de viagem sem ter encontrado o meio milhão que anda por aí.
Nem na viagem, nem nos passeios.
Em Arraiolos não há trânsito, e fazem-se os trajectos na vila a pé.
O comércio, todo tradicional, esteve sempre aberto. Não me tentei, nem com os tapetes, porque tenho quem os faça melhor ou pelo menos com mais carinho.
Passeei e tive pena de de não ter encontrado a Aldeia da Serra, onde o habitante mais novo tem 55 anos e onde, curiosamente, se reunem os jovens do concelho à noite.
Passei pela aventura de "quase" termos ficado atascados no meio de um caminho de cabras mas rodeados por vacas. Castanhas, porém.
Respirei ar puro e comi, sempre que pude, pratos tradicionais: sopa de cação, segredos de porco preto com migas de espargos, costeletas de borrego. Só me faltou o pastel de torresmo, e outros doces...
Estando nesta época pascal, não faltaram as procissões. Assisti a uma que nunca tinha visto: a procissão do Senhor Morto, um verdadeiro cortejo fúnebre, de noite e às escuras, que sobe até ao Castelo na Sexta-Feira Santa para, aí, sepultar o Senhor.
Repousei, retemperei-me e só me lembrei da cidade, e do que nela se vive e do que nela faço, com as notícias e com a noite (quando me sentei num bar a conversar e quando me deitei num cama a dormir).
Infelizmente o que é bom, acaba depressa.
Chego e defronto-me com as notícias dos acidentes, dos mortos e feridos graves. Não vi nenhum nem, por maioria de razão, estive envolvida em nenhum. A quem continua na estrada, cheguem bem.

| Arquivo de Comentários Antigos

quinta-feira, abril 08, 2004

Vou...

para aqui



| Arquivo de Comentários Antigos

E se o conhecimento fosse assim...

"A respiração anaeróbia é a respiração sem ar que não deve passar de três minutos." - Biologia (Queria ver o artista a experimentar)

"Antes de ser criada a Justiça, o mundo era injusto."

"O objectivo de uma Sociedade Anónima é ter muitas fabricas desconhecidas."

"As plantas distinguem-se dos animais por só respirarem à noite."

"Os crustáceos fora de água respiram como podem."

"Na Grécia a democracia funcionava muito bem porque os que não estavam de acordo envenenavam-se."

"As múmias tinham um profundo conhecimento de anatomia."

"Carácter sexual secundário são as modificações morfológicas sofridas por 1 indivíduo após manter relações sexuais."

"A arquitectura gótica notabilizou-se por fazer edifícios verticais."

"A insónia consiste em dormir ao contrário."

"Quando um animal irracional não tem água para beber,só sobrevive se for empalhado."

"O coração é o único órgão que não deixa de funcionar 24 horas por dia."

"Os ruminantes distinguem-se dos outros animais porque o que comem, comem duas vezes."

"A febre amarela foi trazida da China por Marco Polo."

"A harpa é uma asa que toca."

"As aves têm na boca um dente chamado bico."

"O Sol dá-nos luz, calor e turistas."

"A principal função da raiz é enterrar-se."

"O petróleo apareceu há muitos séculos, numa época em que os peixes afogavam-se dentro de água."

"O problema fundamental do terceiro mundo é a superabundância de necessidades."

"Pericles foi o principal ditador da democracia Grega."

"Os Egípcios antigos desenvolveram a arte funerária para que os mortos pudessem viver melhor."

"Terramoto é um pequeno movimento de terras não cultivadas."

"O vento é uma imensa quantidade de ar."

"Lavoisier foi guilhotinado por ter inventado o oxigénio."



Estávamos desgraçados....mas lá que ríamos ríamos.

| Arquivo de Comentários Antigos

terça-feira, abril 06, 2004

Aviso à Navegação...

Os comentários estão pior que nunca. Sei que estão lá mas não os vejo.
Só me alegra saber que não é da falta de up-grade (os três tostões que amealhei não dão para isso) pois outros sistemas já melhorados também estão no mesmo estado.
Resta ter paciência e aguardar.

| Arquivo de Comentários Antigos

Hoje estou Mona Lisa

Sorriso audível das folhas
Não és mais que a brisa ali
Se eu te olho e tu me olhas,
Quem primeiro é que sorri?
O primeiro a sorrir ri.

Ri e olha de repente
Para fins de não olhar
Para onde nas folhas sente
O som do vento a passar
Tudo é vento e disfarçar.

Mas o olhar, de estar olhando
Onde não olha, voltou
E estamos os dois falando
O que se não conversou
Isto acaba ou começou?


(Fernando Pessoa)

| Arquivo de Comentários Antigos

segunda-feira, abril 05, 2004

Parabéns...

A cidade de Ponta Delgada, que pelos vistos já foi a 3ª cidade do país, faz hoje 458 anos.
Infelizmente o que se tem para ofertar à população são coisas como esta.
É por esta, e por algumas outras, que Ponta Delgada é o que menos gosto em São Miguel.

| Arquivo de Comentários Antigos

Uma invenção

Parece que não nos ficámos só pela Via Verde. Mais 135 mil portugueses beneficiados....e as três operadoras móveis também.

| Arquivo de Comentários Antigos

Um almocinho

Hoje fiquei a saber que os funcionários públicos e agentes vão passar a pagar € 3,20 por um almocinho nos refeitórios dos serviços e organismos da administração central e local, bem como dos institutos públicos que revistam a natureza de serviços personalizados ou de fundos públicos (Portaria n.º 353/2004, de 5 de Abril).
Se alguns ganham tanto ou mais do que eu, porque é que eu almoço por mais?

| Arquivo de Comentários Antigos

Um bom passeio

Depois da longa polémica pelo projecto de Alqueva - em que, confesso, sendo a favor, sensibilizei-me por alguns argumentos contra vindos a público - de uma coisa não tenho dúvidas:
Mourão já não é o mesmo e a paisagem está absolutamente linda e fantástica.
Começa por ser diferente a chegada. A estrada e a ponte, novas e largas, sobre uma imensidão de água.
A vista do Castelo também não é a mesma. Temos Monsaraz ao fundo, rodeado de água, e uma albufeira aos nossos pés que se preenche de silêncio e de ilhas.
Ao que soube neste momento a capacidade da albufeira estará a 80% e já se estabelecem planos de regadio. Só espero que a violenta (mas bonita) transformação da natureza a que ali assistimos seja devidamente acompanhada e aproveitada...

| Arquivo de Comentários Antigos

sexta-feira, abril 02, 2004

E mais um teste..

Sempre que visito a BLOGotinha acabo por trazer qualquer coisa comigo...
Será que os nossos quartos dizem tanto de nós?
De mim, pelos vistos diz que sou Consciente
"Organização parece ser seu lema de vida. Segundo o psicólogo americano Samuel Gosling, este costuma ser o perfil de quem é muito racional e vive em constante duelo entre suas emoções e sua razão. O importante é saber dosar as duas coisas para que essa 'assepsia' não signifique um problema em sua vida."

| Arquivo de Comentários Antigos

Verdadinha

No Google (http://www.google.com) façam a busca a partir da palavra "estúpido"...

| Arquivo de Comentários Antigos

quinta-feira, abril 01, 2004

O que falta

A circular em Lisboa agora deparamo-nos com


O que falta na imagem parece-me evidente...
| Arquivo de Comentários Antigos

Mentiras

Hoje é o dia delas e, por isso, acho que não vou acreditar em nada do que vou ouvir e ler.
Comecei logo o dia a ouvir a melhor: a Câmara de Lisboa vai promover a formação dos senhores taxistas para aprenderem a lidar com os Portugueses e os Estrangeiros durante o Rock in Rio o Euro!!
Não acreditei porque é mais uma notícia de uma medida insensata da nossa Câmara: o que os senhores taxistas precisavam era de aprender a lidar com gente!!!

| Arquivo de Comentários Antigos