quinta-feira, dezembro 11, 2003

Stand-up and Aplause

Fui vê-los ao Maria Matos.
Comecei por lê-los no Desejo Casar e gostei.
Depois li uma coisa ou outra no blogue dedicado ao espectáculo, mas não muito porque queria ver e sentir antes de me aperceber das respostas dos autores e do actor sobre o mesmo.
Não me que me sinta ou ache influenciável. Mas se o riso ou a tragédia são contagiantes, as opiniões prévias que nos transmitem também podem funcionar como preconceitos.
Queria gostar ou odiar, perceber ou ficar à nora...
Gostei.
Os temas e o texto são um misto de subtileza e de frontalidade e é aqui que acho que a fronteira entre o humor e a tragédia estão bem tratadas.
Rimo-nos a bandeiras despregadas com a Morte a bater à porta do Sr. Arnaldo. Mas quando a história passa a ser a história de alguém, do Ricardo, cujo pai morre com cancro, depois de visitas ao IPO com cenas chocantes, o silêncio entre risos nervosos ou impulsivos impera.
Contam-se cenas caricatas e outra trágicas que podiam ser a história de qualquer um de nós e que são sempre, ou quase sempre, mote para se fazer humor ou drama.
Tudo pode ter duas vestes, basta a forma como se escreve, como se diz, ou como se interpreta.
Esta foi uma das coisas que retive...mas muito mais haveria a dizer porque o espectáculo acima de tudo deixa-nos a pensar.

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